Descrição do cruzamento: Este cruzamento se trata de um self da genética albescens (guarapari x self), fruto da autofecundação artificial do cruzamento entre duas plantas nativas ((labelão nt x zé modolo nt) x self) que surpreendeu os colecionadores Sávio e Keko Caliman ao revelar uma variedade cromática inédita da espécie.
O exemplar polinizado tem ótima forma, pétalas e sépalas largas e harmônicas, labelo em tons branco e róseo claro que contrasta com o verde-claro e suas pigmentações verde-musgo, uma verdadeira joia.

C. schilleriana albescens (guarapari x self)
A partir da observação das características morfológicas dos descendentes, como coloração do vegetal, ausência de pigmentos, raízes espessas esbranquiçadas com velames¹ hidratados e extremidades verdes, conclui-se que as descendentes pertencerão à mesma variedade da matriz.
O plantel apresenta exemplares sem pigmentação e folhas verde-claro viçosas e sedosas. Como se trata de um self originado de outro self, espera-se um crescimento mais lento em comparação com indivíduos de maior diversidade genética.
Os espécimes, identificados pelo código E01, são resultado do cruzamento externo realizado por Nicolini no inverno/primavera de 2022, cultivada em cuia CB13 (6,8 cm de altura, 13,5 cm de base superior e 7,5 cm de base inferior), estima-se a previsão de floração a partir das próximas três brotações (até 4 anos).

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Espécie: Cattleya schilleriana é endêmica do Estado do Espírito Santo, com ocorrência na bacia do Rio Jucu, tendo populações dispersas nos municípios de Domingos Martins, Santa Leopoldina e Marechal Floriano. Vegeta de forma epífita em altitudes entre 400 e 800 metros em locais arejados, preferindo ambientes com incidência solar moderada, temperaturas variando entre 20°C e 35°C, próxima de bacias d’água.²
De porte pequeno/médio, C. schilleriana apresenta pseudobulbos cilíndricos e inclinados, podendo atingir até 40 cm de altura na fase adulta. É uma espécie bifoliada, com folhas grandes e robustas, cuja brotação e enraizamento ocorrem alguns meses após a floração. Sua floração acontece no início da primavera brasileira, destacando o contraste marcante entre o labelo único e as pétalas vibrantes.³
Embora tenha passado por expressivo melhoramento genético e apresente boa adaptabilidade, seu cultivo é considerado de dificuldade média/alta, principalmente devido às exigências de luminosidade e ventilação, além da sensibilidade a variações bruscas de temperatura e umidade. No entanto, seu porte vegetativo e florações marcantes fazem dela uma escolha certeira para colecionadores experientes e intermediários dedicados.
¹ Velame se trata do tecido, seco ou verde, que protege as partes envelhecidas das raízes funcionando como uma esponja na captação de água, incluindo a água na forma de vapor atmosférico, e dos nutrientes nela dissolvidos (Bacelar-Nicolau, P. (2018) “Observe as raízes das suas orquídeas!”, Lusorquídeas (Associação Portuguesa de Orquidofilia), vol. X(3) (Jul/Ago/Set): 99-103).
² J. A. Fowlie, The Brazilian Bifoliate Cattleyas and their Color Varieties, ed. Azul Quinta Press, St. Thomas, California, 1977, p. 91; Uma coleção de orquídeas – 3 Cattleya espécies bifoliadas (segunda parte) ed. Ipsis Gráfica, Priscila M. P. Corrêa da Fonseca, 2022, p. 108.
³ Uma coleção de orquídeas – 3 Cattleya espécies bifoliadas (segunda parte) ed. Ipsis Gráfica, Priscila M. P. Corrêa da Fonseca, 2022, p. 108.